26 fevereiro, 2009

Turbulência


Escorregam da minha boca os suspiros transpirados do cansaço que faz gemer o meu corpo que tanto corre sem ver meta e sem ouvir o silêncio que tanto anseia.


Não sinto o fim para esta desinquietação mental que causa turbulência nos meus movimentos parecendo estar sob a influência de uma droga.

24 fevereiro, 2009

Cansado


Sinto-me cansado.


Estou exausto de lutar, estou cansado de gritar, simplesmente quero chegar a bom porto rápido.


Sinto-me só e quero estar só, não quero ninguém dependente de mim. Quero ser abraçado pela escuridão e coberto por pedras, quero por os pregos na madeira e ficar no escuro até a tempestade passar. Estou sem força para escrever seja o que for… as palavras cansam-me o pensamento e o movimento faz doer o meu corpo praticamente moribundo.

Será que chegará o dia para o fim deste cansaço?

21 fevereiro, 2009

Gota d'água


Numa gota d’água, tão pura e pequena, vai o que sinto por ti, tão puro e grande este sentimento que extravasa de mim e sobre o qual não sei medir o seu tamanho. Naquela noite olhas-te para dentro de mim e viste o meu Eu e dele falas como se tratasse de alguém que conheces desde sempre.


Tremo ao pensar no que seria de mim se a ti me entregasse, tremo pois tenho a certeza que é para toda a vida, pois quem pode dizer, que numa singela gota d’água cabe todo este sentimento, do tamanho do mundo?


Sentimo-nos mutuamente com a nossa forma própria de Amar, temos o nosso jeito próprio, a nossa maneira única de nos dizer um ao outro que já não faz sentido vivermos separados, matamo-nos, amamo-nos, separamo-nos e juntamo-nos, o que importa isso tudo se quando a gota d’água nos toca lá dentro relembramo-nos que um não existe sem o outro?

16 fevereiro, 2009

Nos Teus Braços


Esta noite decidi definir aquilo que nos envolve.


Bastou sentir os teus braços à volta do meu corpo para me sentir seguro, bastou este pequeno gesto dessa tua forma carinhosa de ser para me fazer acreditar que se és forte suficiente para me ter nos teus braços, és também forte suficiente para o que der e vier. Senti-me pequenino e protegido no conforto do som do teu bater cardíaco no meu ouvido. Senti-te.


Tinha receio de o fazer, não queria definir aquilo que nos envolvia, não me queria sentir inseguro, com o risco de te perder, não me queria sentir enraivecido pelas promessas que fizeste e que poderias não cumprir, se não resultasse. Contudo tornou-se insuportável a ideia de não te poder ouvir dizer, “ele é o meu namorado”, tornou-se insuportável a ideia de poderes encontrar-te com outras pessoas, uma vez que nada daquilo que tínhamos era definido.


Neste momento, com a nossa relação bem definida, estou com outros receios que também não queria sentir. Receio do som de mensagens do teu telemóvel sem saber de quem são, receio da ausência de notícias tuas, receio de me iludir, receio de me magoar, receio de te perder, receio de me sentir com ciúmes. Contudo, é naquele momento em que me tens nos teus braços que consigo calar todos estes receios. Prende-me bem forte e não me largues!


Será que este sentimento terá sempre um sabor agridoce? Não te quero perder. Não me quero perder mais uma vez. Tenho medo.


Segura-me nos teus braços e faz-me acreditar novamente, que afinal de contas estas histórias ainda acontecem.

13 fevereiro, 2009

Indefinições


Sou como a folha de uma árvore,
Velha e com asas.
Às vezes é levada pelo vento
Outras vezes voa contra a corrente.

Como sei quando voar?
Ou quando apenas me deixar guiar?
É Indefinida por natureza,
Esta velha folha,
Com toda a sua estranheza

Me pasma toda a minha atenção
Ao vê-la dançar, ao som do vento
Enquanto que em outras andanças
A ouço-a gritar,
Quando ele lhe faz frente.

Rezo apenas para que
A estranha folha com asas
Encontre uma corrente
Sobre a qual possa voar
Quem sabe até sonhar

Voa, voa velha folha,
Voa por ti
Voa por mim,

Voa por nós!

09 fevereiro, 2009

A Música do Meu Relógio


O meu relógio está-me a cantar a música da saudade, que em mim me está a pintar uma enorme saudade de ti. Sinto falta do teu corpo, com esse porte tão masculino, que tão bem encaixa com o meu e, que contrasta com o teu toque doce e meigo que me viciou.

Quero apenas ouvir o meu relógio cantar a música que vai simbolizar a tua presença, pois significa que poderei pintar eu, a felicidade do meu rosto em qualquer pedaço de papel branco.

05 fevereiro, 2009

Greatest Hits


Através das curvas no caminho da minha vida, estes últimos meses representaram o maior crescimento da minha pessoa do que nos últimos anos. O renascer, ou como eu gosto de lhe chamar, a minha Emancipação, teve inicio com o fim de tudo aquilo que eu tomava como seguro.


Morri em Abril de 2008 e assim estive durante alguns meses, contudo alguém muito especial me mostrou a “Luz” que eu necessitava de ver para começar a longa caminhada para a vida. Comecei por rodar sem orbita, muitas vezes perdendo o meu rumo apesar de momentaneamente achar que “Tudo se completa de Algum jeito”.


Depois da distracção que a minha libido causou, focalizei-me e comecei a trabalhar para aquilo que realmente merece atenção: o juntar das minhas cinzas para o meu ressurgimento.
Comecei por trabalhar na relação com a minha mãe, em “Dear Mother…” e com esse assunto resolvido e com resultado favorável da dissolução de todos os problemas na relação com a minha mãe, vejo a minha reconstrução a tomar forma. Começo a aperceber-me dos efeitos secundários que o fim de uma relação de 5 anos causou na minha configuração de ser, constatando em “Alegria onde andas tu?” precisamente que uma das primeiras perdas foi a minha boa disposição e alegria de viver.


Com alguns dramas já resolvidos achei por bem, continuar a investir nas minhas relações sociais, uma vez que achava que eu precisava de estar rodeado de pessoas para me distrair daquilo que continuava a absorver toda a minha capacidade de vigília. Conheci o Mr. X que me mostrou o quão mal eu estaria naquele momento e o quão longe eu tinha saltado da minha rota, graças a ele comecei a colocar alguns travões nas minhas pernas que corriam sem destino e comecei também a construir a muralha que me iria proteger nos próximos meses.


A primeira grande alteração nessa fase foi a troca do meu ganha-pão para resolver a grande crise financeira em que ainda estava mergulhado. Decidi clarificar a minha relação com Mr Butterflyz em “For The Record” para também me ajudar a poder caminhar de forma mais suave.
Nesta altura da minha jornada, senti-me com força suficiente para encarar a bala que parou o meu corpo, comecei a trabalhar no esclarecimento da minha nova relação com o meu, agora ex. A música The Power Of Goodbye da Madonna deu-me essa força que necessitava, em “O poder do Adeus” escrevo uma carta vinda do meu coração para ele. Nessa mesma altura declaro guerra ao meu pai, estava imparável!


Passado algum tempo, perdido com o sentimento de “Saudade”, reaparece uma grande personagem neste teatro que é a minha vida, “Visitante do Passado”. Figura marcante do meu passado e que reaparece numa altura chave. Foi frio o suficiente para de uma forma afável me mostrar alguns tópicos que eu necessitava de resolver, foi essencialmente importante para me ensinar que ninguém importa mais do que o próprio indivíduo, foi crucial neste ponto para me ajudar reconstruir a minha auto-estima, chegando mesmo a colocar-me suficientemente à vontade para falar abertamente do “Toque da Minha Mão”.


Aqui, já com grande parte dos meus dramas pós-namoro resolvidos, começo a finalmente ver o negativo em mim e aí nasce Lanthea Othala, o meu alter ego, que entra em acção sempre que eu não consigo lidar com a raiva e fúria que me chega a consumir, como em “A Fúria de Lanthea Othala”. (Quando ele se foi e voltei a mim, eliminei os dois comunicados do alter-ego, voltei a ver a luz sem a influência da raiva que me consumia - 22/02/09)


Estando em Fevereiro de 2009, 10 meses depois, sou o resultado da junção das minhas cinzas. Estou a gravar o meu álbum de êxitos, com o intuito de fazer uma pausa, para rapidamente recuperar o fôlego que já me começa a faltar.


Neste momento encontro-me expectante para aquilo que o futuro me reserva.